domingo, 31 de dezembro de 2006

TEATRO POPULAR - AUTOS


AUTO DOS CASAMENTOS À MODA DA FUZETA


Inserida no Livro Histórias da Minha Terra de Maria José Fraqueza
Usos e Costumes: Retrata como eram os pedidos de casamentos na Fuseta antiga.
Interpretado pela Helga, Daniela e Manuela - alunas da Profª Maria José Fraqueza

Antigamente as comadres
Quando os filhos queriam casar
Não respeitavam as vontades
Tomavam as decisões...
Sem os filhos consultar
Faziam por eles as opções
Quando chegavam às idades,
São histórias de pasmar!

E a história começa assim.... e continua!

(a páginas 169 a 175 do Livro Histórias da Minha Terra de Maria José Fraqueza)



TEATRO POPULAR

O ALMOÇO NA VINHA

A IDA AO POÇO


















A FALTA DE AGUA E OS MEXERICOS

OS USOS E COSTUMES DA MINHA TERRA

PEÇA DA AUTORIA DE MARIA JOSÉ FRAQUEZA



TEMPOS ANTIGOS...TEMPOS MODERNOS

Problemas da Falta de Água


Naquele tempo... existiam poços por quase todo o Algarve... as lendas das mouras encantadas nos falam deles. Nalgumas aldeias a água para todos os gastos era tirada de poços, das noras, das cisternas ou de fontes naturais.

Junto destes locais quase sempre se formavam grupos de mulheres que davam à língua, enquanto iam tirando a água a baldes e enchendo as vasilhas (cântaros, tachos, panelas, infusas, quartas, baldes, etc).

Neste tempo a água dos poços era vendida por aguadeiras que a transportavam de mula ou burro, que sobre as cangalhas levavam alguns cântaros de barro, para os locais de consumo (vilas e aldeias). Mais tarde, porque o consumo aumentava, bem como a população, surgiram os carros próprios de aguadeiros que igualmente faziam a distribuição pública da água (a 1$20 por cântaro e $50 por enfusa) dos poços.

Nos anos quarenta/cinquenta, na minha aldeia, ainda conheci alguns poços que eram públicos e outros poços particulares - os das vizinhas - que franqueavam a água às suas conterrâneas. O precioso líquido para a comida e para matar a sede, era apenas fornecido pelo aguadeiro ou pelo o mais famoso Poço da Arte Nova, mais ou menos a 500 metros da povoação. A água fornecida pelo aguadeiro, não chegava para todos os gastos domésticos e nas bichas era sempre um problema! As mulheres sempre muito cuidadosas, ou compravam ao aguadeiro, ou pediam as vizinhas que tinham poços nos quintais, ou iam... pela madrugada... pela linha férrea, até à Arte-Nova ou pela baixa-mar pelo Resinde - a famosa praia da época.

Para as mulheres mais exigentes na limpeza a água nunca chegava...
E onde estava a boa água para pôr os grãos de molho e cozerem mais depressa? E para as ruas... que elas tanto gostava de baldear?

Mal rompia o sol no horizonte... já algumas vinham do poço e outras iam para lá. Com os seus cântaros à cabeça, bilhas de barro, baldes e panelas seguiam para a Arte-Nova em grupos. Nestes

O poço situa-se perto da passagem de nível, ainda hoje existente.Segundo as nossas mulheres, era uma das águas melhores para o consumo.

Logo pela madrugada, batiam às portas das vizinhas e lá seguiam pelo carreirinho estreito, junto à linha-férrea. Eram vê-las decididas, robustas e trabalhadoras. Quando as uvas, começavam a pintar o bago, os caminhos ficavam ainda mais belos. Mas havia que tomar precauções... Isso, sim! Porque nas vinhas estava o vigia - o "vinheiro"(vigia da vinha). Depois... tinham de se entender com o Sr. Regedor, ou até mesmo com o vinhateiro, (proprietário da vinha) quando surgia algum problema. A vigilância era constante...
A Atalaia era um autêntico paraíso. As vinhas e a bela uva negra mole, com que faziam o precioso vinho da Fuseta, faziam a cobiça aos olhos do visitante.
E daqueles meus passeios matinais ficaram estas recordações que o tempo ainda não apagou .

MARCHA DO MUNDIAL 2006

Esta Marcha pretendeu homengear as equipas que foram ao Mundial 2006, especialmente a nossa Selecção Portguesa
Maria José Fraqueza com a porta- estandarte Vera Lúcia e a Anabela Lucas com o Escudo de Portugal


A Bola do Mundial execução de Maria José Fraqueza e Cidália Passos










Os arcos ornamentados com o Escudo de Portugal a Bola do Mundial e o emblema da Federação Portuguesa de Futebol










Maria José Fraqueza com as suas Mascotes da Marcha:
Carolina Morgado com a bandeira portuguesa e Inês com a bandeira da CEE

MARCHA POPULAR JUVENIL DO SPORT LISBOA E FUZETA – 2006

FICHA TÉCNICA

TEMA: “PORTUGAL NO MUNDIAL 2006”

MADRINHA DA MARCHA, ENSAIO, COREOGRAFIA E AUTORA DA LETRA: Profª Maria José Fraqueza
AUTOR DA MÚSICA E CANTOR: Consagrado artista algarvio - Luís Guilherme
PORTA BANDEIRA: Vera de Jesus
PORTA ESCUDO DE PORTUGALAnabela Lucas e Valentina
MASCOTES: Carolina Morgado – Maria Inês
MASTRO – BOLA DO MUNDIAL: - Execução de Maria José Fraqueza
DESENHOS DO TRAJE E ARCOS: Maria José Fraqueza
COMPOSIÇÃO DO GRUPO: 45 elementos (12 Pares dançantes e 16 raparigas laterais) - 1 madrinha, 1 cantor e padrinho – 1 porta-bandeira – 1 porta bola do Mundial - 2 porta escudo de Portugal, 3 mascotes)

DESENVOLVIMENTO DO TEMA
:

A escolha do tema incide sobre a participação de Portugal no Futebol Mundial 2006, e que pretendemos homenagear, dada a importância que o desporto assume no nosso país, neste período que coincide com o calendário das marchas.
As meninas e raparigas das filas laterais, vestem-se de branco, tendo na decoração dos vestidos as cores predominantes das bandeiras representativas dos 32 países que participam no Mundial. As outras raparigas e respectivos pares têm como cor predominante o vermelho por ser a cor da nossa bandeira e do clube que representam.
Todo o vestuário é decorado com o escudo de Portugal. As meninas mais jovens são portadoras das bandeiras de algumas nações, já apuradas, nesta primeira fase do Mundial. Será desenvolvido no esquema a formação de uma simbólica bandeira portuguesa.
Os arcos são decorados bem assim como todo o vestuário com o escudo português e também pela bola do Mundial, símbolo da FIFA e pelo emblema da Federação Portuguesa.

Fuseta, 24 Junho 2006
Maria José Fraqueza

LETRA DA MARCHA

MARCHA DO SPORT LISBOA E FUSETA – 2006
Música: Luís Guilherme
Letra: Maria José Fraqueza

TEMA: PORTUGAL NO MUNDIAL 2006

Nossa marcha popular
Traz sempre no coração
Deste Portugal sem par
Que hoje aqui vimos saudar
Equipas desta Nação!

Vamos desejar que vença
A equipa portuguesa.
Portugal tem seus valores,
Talentosos jogadores
Capazes dessa proeza!

REFRÃO

Viva, viva, Portugal!
Viva a nossa Selecção
Viva, viva, Portugal
Vai p’rá frente Campeão!
Viva, viva esta Nação…
No desporto sem rival
Cantemos com emoção
Viva! Viva! Portugal!

Aos jovens mais promissores
Que o futuro seja brilhante
Sejam fiéis seguidores…
Defendam as nossas cores
Que sigam mais adiante!

A nossa equipa afinal,
Que mostre sua grandeza
P’ra combater um rival
Num combate sem igual
Mas com alma portuguesa!

REFRÃO

Viva, viva, Portugal!
Viva a nossa selecção
Viva, viva, Portugal
Vai p’rá frente Campeão
……………………………………………….


Confiantes na vitória
Na procura dum Ideal
Seja página de glória
A fazer parte da história
No Desporto Mundial.

Seja quem for vencedor
Nós aqui vamos saudar
Neste modesto louvor
Ao famoso jogador
Que merece triunfar!

REFRÃO

Viva, viva, Portugal!
Viva a nossa selecção
Viva, viva, Portugal
Vai p’rá frente Campeão
……………………………..

Nesta noite de fogueiras
À beira do Mundial
As nossas moças brejeiras
Elevam mais as bandeiras
Deste nosso Portugal!

Enfeitadas as janelas
Na noite de S. João
Lembram lindas aguarelas
Onde as moçoilas mais belas
Saúdam a Selecção!

REFRÃO
……………………………..

Na maré de sentimento
Capazes duma façanha…
Joguem com garra e alento
Que o vosso grande talento
Façam brilhar na Alemanha!

Aqui fica a nossa esp’rança
P’ra Portugal vencedor
Que nosso amor seja a lança
Com garra, ardor e pujança
Cantemos com mais ardor!

Maria José Fraqueza


MARCHA DA VILA DA FUZETA -1994











AS MINHAS MARCHAS POPULARES


Marcha do Mundial -2oo6

Marcha da Vila Fusetense - 1993/94



É com muito carinho que deixo estas recordações das marchas populares que realizei no meu Algarve, todas elas ensaiadas, orientadas e imaginadas por mim, não só os temas, como o traje, como versos e arcos.


Tenho percorrido algumas localidades algarvias com as marchas populares durante o período dos Santos Populares.




Começarei pela primeira apresentada no decorrer de uma peça de Teatro "Os Usos e Costumes da minha Terra" que percorreu todo o Algarve no decorrer de um Festival de Teatro do Inatel. As outras que irei apresentar foram pelo respectivo municpio de Olhão e Tavira (2006)


Segue a última realizada no decorrer do Mundial - 2oo6 - que teve como tema o Mundial 2oo6






sábado, 30 de dezembro de 2006

OS MEUS LIVROS



Histórias da Minha Terra - foi o meu primeiro livro de poesia publicado em 1989

Minha Terra tem histórias
Que passei a recordar...
Um extracto de menórias
Desta Rainha do Mar!



ALCUNHAS E APELIDOS
Um livro rico de humor
Para meus amigos queridos
Escrevi com muito Amor!











Estes Murmúrios do Mar...
Ao sabor da maresia
São a ondas a cantar...
Que o mar me cantou um dia!





No meu Mar de Vendavais
As ondas em rebeldia...
Já não páram os caudais,
Donde sai pura a Poesia!




Há Natal dentro de mim
Meu Menino Iluminado
Tu vives dentro de mim
Em berço d'ouro embalado



Cantam as ondas comigo
Uma canção de embalar
Para amigos que bendigo
Na rota do Verbo Amar!





Maré de Trovas te ofereço
Provas da minha ternura
A amizade não tem preço
Quando sai duma alma pura!







SOB AS MARGENS DO GILÃO
Canta o meu rio Trovador

Tal como o meu coração...
Sempre pronto a dar-te Amor!












NO TEMPO DA MANA AMICA
Onde eu vivi emoções
Do passado o que nos fica
Prás futuras gerações





Eu Canto ao Mar do meu jeito
Na minha forma de amar
Saiem-me as onda do peito
São as ondas do meu mar!










Livro de Sonetos - CANTANDO O MAR - de Maria José Fraqueza










Uma edição do Elos Clube de Faro.

Na Mensagem fraternal

Um mundo de luz e cor

Os MEUS CONTOS DE NATAL

Escrevi com muito Amor!





Livro de Contos tradicionais - editado em Dezembro de 2oo6 pelo Elos Clube de Faro

OS MEUS SONETOS



CORAÇÃO MATERNAL

Diz-me meu coração... nos seus tributos...
A Terra brilhará em alvorada...
Porque renascem sempre belos frutos
Duma boa semente bem plantada!

Assim, eu conto as horas e minutos
No nascer da criança mais amada!
No ventre duma mãe, os atributos
Do Talismã que faz dela uma Fada!

A Fada com varinha do condão,
Estrela da maior constelação...
Que torna mais brilhante o Verbo Amar!

É que essa Estrela acende noite e dia
Porque ela eternamente nos vigia...
Seu coração é linda Luz Solar!


Maria José Fraqueza

ESPERANÇA DUM NOVO DIA

Quimera!... Vã quimera a que senti
As rosas e os espinhos no regaço...
Sempre a vida a tolher este meu passo
Na migalha de amor que vem de ti!

Não bastará dizer: Estou aqui!
Como se preenchesses todo o espaço!
Que desfeita a ternura dum abraço
Foi linda Primavera que vivi!....

Meus sonhos se perderam na lonjura...
Anoiteceu em mim... e a sombra escura
Fez-me ser um espectro p’los caminhos...

O claustro do silêncio me apavora...
Há-de brilhar de novo a Luz da Aurora
Que faz de mim... a Rosa sem Espinhos!

Maria José Fraqueza

SAUDOSA CINDERELA

Nos meus saudosos tempos de criança
Os meus famosos contos, predilectos
Estão gravados em minha lembrança
Que hoje vou recontando p’ra meus netos

De Cinderela – a mais famosa dança
Eu tinha por ela os meus afectos
Um príncipe encantado na esp’rança
Um sapato… a correr os seus trajectos!

A ciranda famosa - a linda dança
Eu tinha por ela os meus afectos
Dum tempo a renascer sem parança
A percorrer os mais belos trajectos!

Surge-nos a melhor recordação
Na saudade que nos chega ao coração
As mais lindas canções de Portugal…

A ciranda famosa - a linda dança
Eu tinha por ela os meus afectos
Dum tempo a renascer sem parança
A percorrer os mais belos trajectos!

O mais lindo tempo de brincadeira
Histórias que ao canto da lareira…
Marcam o património nacional!

Maria José Fraqueza



CANÇÃO DA MINHA SAUDADE

Entre muitas canções gosto de ouvir
As mais lindas canções de amor ardente
Versos de amor, carinho que se sente
Pedaços do meu ser– o meu sentir!

Ouvir a voz suave, num sorrir
Sentir a melodia docemente
Entra em nossa alma docemente
Como botão em flor que vai abrir!

Então o meu poema musicado
Na música e na voz mais embalado
A Música e Poesia em sintonia…

Nas cordas vibrantes da Saudade
O cantor dá-lhe mais profundidade
Que iremos recordar no dia a dia!

Maria José Fraqueza



EU TE LOUVO ALGARVE

Eu louvo o meu Algarve e a sua gente…
O mar azul, a sua vastidão…
Raça guerreira foi a tua gente
Que nos lembrará sempre a tradição!

Nas tradições, tu vens presentemente
Mostrando ao mundo a velha geração
No passado, futuro e no presente,
Tudo o que albergas em teu coração

Nas ruas decoradas e nas festas
Pedra a pedra, na tela da saudade…
Lembras a tua história distante!

Povo artista que louva a Padroeira…
Os teus feitos heróicos são bandeira
Prendem meu coração a todo instante!

Maria José Fraqueza


F U S E TA

Sobre um céu azul de imensidade
Ergue-se minha vila cheia de luz
Que te saiba honrar a Mocidade…
História que encanta e nos seduz!

Hoje neste painel de saudade…
Qual pintor que na tela reproduz?
A grandeza dum tempo sem idade,
Que só um fio condutor nos conduz!...

Esse fio é corrente que nos prende
Que fala ao coração e não se entende
Amor tão puro ao berço maternal!

Fuseta - és o meu grande baluarte
Neste meu poema quero cantar-te
Pois tu és uma vila sem igual!

Maria José Fraqueza


TEMPO DE ESPERANÇA

Eu sempre acreditei na juventude
Por ela sempre fiz uma conquista
Num tempo que vivi e não me ilude…
Numa missão tão nobre e altruísta!

Nesta vida, por mais que o tempo mude
Dum tempo que hoje, não perco de vista
Eu ganhei entre os jovens, atitude…
Que fez de mim a mãe, irmã, artista…

Na arte de ensinar os meus meninos,
A conduzir no amor os seus destinos
Eu incutia a Fé, cada criança…

Gente nova, atentai no seu porvir…
Que no tempo a girar, hão-de surgir
Os caminhos de Luz, Fé e Esperança!

Maria José Fraqueza


QUERO VER-TE FLORIR


Pela imensa paisagem algarvia…
A faixa litoral que a emoldura
A beleza fascinante duma ria…
O belo mar em ondas de ternura!

Na sua vastidão, a primazia…
Encanto verdadeiro que perdura
Das ondas, em suave maresia…
Em sorrisos de mar – linda moldura!

Espaço verde mar, tão cheio de mágoa
Vão chorando as nuvens - a gota d’ água
Da sua Terra Mãe - a mais carente…

No roteiro da luz, o Verbo Amar…
Nos caminhos em flor, do meu sonhar
Quero ver-te florir – eternamente!

Maria José Fraqueza


HÁ POESIA NO CÉU

O Céu abriu as portas par em par…
Florbela, recebeu-te com Amor…
A Poesia cantada num altar…
Cada poema é benção do Criador

Florbela e Marilena, vou louvar,
Que o meu poema seja como flor…
Meus olhos já cansados de chorar
Por andar a carpir a minha dor!

A dor, esta saudade tão sentida…
Com a mágoa dolorosa da partida,
Que se sofre, num elo de Amizade!

Vosso corpo desceu à terra fria,
Mas na Terra ficou a Poesia…
Que falará por Vós Eternamente!

Maria José Fraqueza

O TEU NOME MARILENA

Marilena, teu nome está presente,
Tu sempre foste Deusa de Bondade…
Por isso, estarás eternamente…
No nosso coração cheio de saudade!

Marilena, bendigo sinceramente
Pelo percurso lindo de amizade…
Como Jesus, amaste firmemente
Praticando na Terra a irmandade!

Por ti vamos lutar, neste percurso
Por isso, dedicamos o concurso…
A Florbela – tua poetisa querida!

No grandioso espaço universal,
E porque sempre amaste Portugal
Pra mim és Imortal, Além da Vida!

Maria José Fraqueza


OS JOVENS ANORÉTICOS

No seio familiar, quanta amargura!...
Nos problemas difíceis, hoje em dia…
Na luta por uma esp’rança futura,
Amparando os jovens e a anexo ria!

Na falta de carinho, de ternura
Nos caminhos tortuosos em demasia,
Sem as esp’ranças vãs duma cura
Sofrendo a mais cruel melancolia!

Os pais perante esta realidade,
Não devem negar afectividade…
E dar-lhes com meiguice o ombro amigo!

Os problemas dos jovens, é já crise
Por mais que a juventude precise…
- Não falte na Família o seu Abrigo!

Maria José Fraqueza

POESIA É AMOR

A poesia nasce como a flor
No renovar constante, desprendida!
Irrompendo no seio dum amor...
Ritmo cadenciado, canta a vida!...

Nos jardins, nos canteiros, esplendor...
Arco-íris, na terra colorida...
Eterno paraíso multicor...
Onde existe mensagem mais sentida!

É balada de amor! Nota plangente!
Belo canteiro, sempre florescente...
Onde a Mãe Natureza abre a Janela!

Janela num abrir de par em par...
Segredo onde a Poesia é o Luar...
O Luar que nos dá a Luz mais bela!

Maria José Fraqueza


REGA D’AMOR

Rega o trigo, mas faz qu’ele floresça...
Rega a semente, fá-la germinar...
Rega a vida, . farás com que ela cresça
Rega o botão em flor no seu altar!

Rega p’ra que ele jamais apodreça
No canteiro que tu irás plantar...
Rega a flor para quem sempre mereça
Rega as plantas no seu desabrochar!

Se não regares, nunca Natureza
Poderá dar-te toda essa riqueza...
Nem o mundo terá Campos em Flor!

Porque eu sei que a vida é uma ilusão
Por isso rega com o coração...
Porque a Mãe- Natureza quer AMOR!

Maria José Fraqueza


ALENTEJO ÉS LUZ

Alentejo de prados verdejantes
De branco casario, original...
De crianças coradas, saltitantes
És um céu de pureza sem igual!

Alentejo, de gentes tão brilhantes
Que tiveram mais fama em Portugal
Lutaram por amor, sempre vibrantes
Nessa luta p’lo Pão, sempre imortal!

Cada bago de trigo é um tesouro...
O suor do seu rosto, é peso d’ouro
Nas páginas douradas pela glória

Em cada espiga cardos que colheu
Um passado que nunca s’ esqueceu
Ficará para sempre em nossa História!

Maria José Fraqueza


MOÍNHOS DE SAUDADE

Évora, musa verde, renascida
Dum passado lendário, secular...
Ao Alentejo dás mais cor e vida
Raínha que teu Povo sabe amar!

Se tão bela cresceste, sempre unida
Entre espigas douradas d’encantar...
Tu és linda papoila colorida...
Que s’ enfeita p’ra terna nos saudar1

Alentejo que estás no pensamento...
Girando a velha mó... ao som do vento
Recordo com amor esse Moínho!...

Dessas velas içadas da saudade
Agora canta a “ave” em Liberdade
Oh! Meu lindo Alentejo, doce Ninho!

Maria José Fraqueza

AMO-TE

Amo-te sinceramente e sou feliz
Sou tua desde a hora em que te vi
Dentro de mim, a maior força motriz,
É um dom divinal que recebi…

O nosso amor sincero de raiz
Nas horas mais amargas que vivi
Traçavam no futuro a bissectriz
No roteiro de amor que percorri

Eram horas de ânsias e desejos
De carícias suaves e de beijos
Horas felizes e outras expectantes

A mulher, mãe, com alma generosa
Em doce renascer, botão de rosa
Sem deixarmos de ser fiéis amantes.

Maria José Fraqueza


SUBLIMAÇÃO

Mais um ano começa, e no final...
Dum século passado, a nova esp’rança
Nova era traga a paz universal
Que nos façam viver em segurança!

Que terminem as guerras, tanto mal!...
Que de puro amor façam aliança
Bandeiras d’amizade fraternal
Em elos de ternura p’la Criança!

Esperança dum mundo que há-de vir
E confiante em Deus que no porvir
Ilumine os Homens p’la justiça

Fazer da Terra, o mais belo paraíso...
Eu creio que mais uns anos, é preciso
P’ra que sua alma seja mais submissa!

Maria José Fraqueza



TERNURA MATERNAL

Eu soletro vogais desde criança,
Na pauta das palavras mais saudosas
Com elas construí as minhas prosas,
Delas fiz do poema a minha lança.

Minha Mãe! No embalar duma esperança
Dessas letras fazia mar de rosas
Embora com as suas mãos rugosas
Traçava novos rumos de bonança!

E naquela cartilha maternal,
Minha mãe, com desvelo sem igual
Nos dava com amor cada lição!

Caminhos de futuro... ela traçou
E por isso lhe devo, o que hoje sou
Na luta que ganhou pela instrução!

Maria José Fraqueza



BOMBEIRO UM HUMANISTA

No mundo tão agreste em que vivemos
Há sempre uns homens dignos de louvor
Muitas das vezes nem apercebemos
O exemplo do Bombeiro Lutador

Vida dura... que nós bem conhecemos
Pelas guerras, desastres e terror...
Muitas vezes até, nos esquecemos
Do seu árduo trabalho por amor!

Passa horas, dias... fora do seu lar
Servindo duma forma singular...
Pondo toda a sua alma e coração.

Porque ele é altruísta, na bondade
Dá o maior exemplo de irmandade
Porque o nobre bombeiro é sempre irmão!

Maria José Fraqueza

SANTO ANTÓNIO

Santo António do Sol muito brilhante
Neste ceú de beleza sem igual
Seguiste num roteiro tão constante
Estrela deste nosso Portugal!

Seguiste para terra mais distante
Pádua se traçou, um historial
Mas teu coração de navegante...
Nunca esqueceu tua terra Natal!

Os peixes a sair do seu cardume
Escutavam o sermão no seu perfume
Na palavra perfumada desse amor!

Na fonte igualmente as raparigas
Iam beber as mágoas e fadigas...
Santo António era sempre o protector!

Maria José Fraqueza


PRECES A SANTO ANTÓNIO

Santo António, meu santo popular
No Monte do Sinai, a voz ouviste
E nesta devoção que em mim existe
Eu quero neste poema te louvar

Saíste de Lisboa para pregar
Na força desta crença que m’assiste
Quantos pecadores, tu remiste
E soubeste no Mundo abençoar!

Dos noivos um Santinho Padroeiro
Que percorreste sempre o Mundo Inteiro
Do mal foste Soldado combatente

Quem nos dera o milagre dos teus pães
Choram no dia a dia tantas mães
Em cenários de vida tão carente!


Maria José Fraqueza

FOGUEIRA DE SANTO ANTÓNIO

Santo António, foi um santo beato
Que levou solteironas ao altar
Para traçar o seu fiel retrato
Quantas delas ficaram por casar?

As moças hoje sem mais recato
Já não vão mais à fonte do lugar....
Já nem há velhas, nem bichos mato
Já a fogueira vão todas saltar!

As mães não mandam já nas suas filhas
Nem já o Milagreiro parte as bilhas
Porque elas partem toda prateleira!

O Santo António quer animação
E p´ra manter a velha tradição
Arde em cada peito uma fogueira!

Maria José Fraqueza



SEARA DE AMOR

Não me falem mais, não quero ouvir
Nem pensar nessas horas do passado
Quero cantar alegre, quero sorrir
Não! Não quero perder o conquistado

Não! Eu não quero mais daqui partir
Sair daqui, carpir meu triste fado
Eu quero minha vida construir
Neste país à beira-mar plantado!

Quero viver Abril sempre risonho
Ir em frente, na dimensão do sonho
Onde há marés de pão e de bonança

Sim! A minha Pátria quero ver lavrada
Com sementes de trigo mais dourada
Na seara de amor da verde esp’rança!

Maria José Fraqueza



CANÇÃO DA MINHA SAUDADE

Entre muitas canções gosto de ouvir

As mais lindas canções de amor ardente

Versos de amor, carinho que se sente

Pedaços do meu ser- o meu sentir!

Ouvir a voz suave, num sorrir

Sentir a melodia docemente!

Entra em nossa alma docemente

Como botão em flor que vai abrir!

Então o meu poema musicado...

Na música e na voz mais embalado

A Música e Poesia em sintonia...

Nas cordas vibrantes da Saudade

O cantor dá-lhe mais profundidade

Que iremos recordar no dia a dia!

Maria José Fraqueza



A VIDA É UM GRANDE RIO

A vida é um caudal, um grande rio...
Vida... é uma ilusão que o homem cria
A vida é um contínuo desafio...
A vida é um vai-vém!... É noite! É dia!

É água da nascente em correria...
Onde as ondas do mar em desvario
Por vezes, não afundam o navio...
Que navega na Rota da Agonia!...

Caravela que segue num roteiro...
Que procura o Farol, o seu Luzeiro...
Na rota que será continuada!...

Eu sei que como mar, sempre imortal
A Vida não se extingue no coval...
Não fica ali... o termo da Jornada!

Maria José Fraqueza

GESTOS DE CARINHO


Quando me olhas, terno, apaixonado

O teu olhar reflecte o sentimento...

Carícias, gestos do ser amado..

Que sinto a renascer cada momento!

Ao caminharmos, sempre, lado a lado

A meiguice, o carinho, dão-me alento

Porque ao sentir-te sempre enamorado...

As carícias, dão fim ao meu lamento!

Se choro há palavras confortantes...

A ternura, os teus beijos, são constantes

Lenitivos que adoçam a paixão!...

Que sabem na tristeza ou na alegria,

Que jamais tu virás de mão vazias,

São do Amor - a raiz do Coração!

Maria José Fraqueza



O MENSAGEIRO

E mandou Deus à Terra um mensageiro

Que nos quis mostrar a igualdade

Deu exemplos divinos de bondade

Para poder salvar o mundo inteiro

Numa choupana, um mísero palheiro

Mostrou o seu valor, com humildade

Mas hoje neste mundo de maldade

Há mais quem viva em guerra, p’lo dinheiro

E constroem-se balas e canhões...

Jamais haverá Paz entre as nações,

Enquanto houver ânsias do Poder!

O Mundo conduz mal o seu destino

Sem ver no bom exemplo do Menino

Que o homem viverá se Renascer!

Maria José Fraqueza



PRISIONEIRA DE AMOR

Nesse portal de grades mais douradas

Em que prisioneira me senti...

Lá onde sonham musas, lindas fadas

Em sonhos eu confesso. me perdi

Minhas lágrimas correm destiladas...

Das fontes da minh’alma que te abri

E nas lendas das mouras encantadas

Neves do coração eu derreti!...

Eu vi dunas e montes de saudade

Deslizei no trenó da liberdade…

Sonhos de solidão! De viver só!

As lágrimas brincaram no regaço,

Pérolas preciosas num espaço…

De ser Mulher e Mãe e ser Avó!

Maria José Fraqueza


NA FORÇA DE SONHAR


Eu trago as mãos vazias de ternura

Trago o peito vazio de maldade...

Tenho o coração cheio de doçura

Eu dou-te o doce mel duma Amizade!

Eu trago as mãos vazias de ventura...

Vai longe, muito longe, a mocidade

Os meus sonhos perdidos na procura

Num apelo ao bom Deus da imensidade!

A saudade dos tempos já passados...

Imagem de cabelos prateados,

Na força de amar e ser amada!

Eu trago as mãos vazias dos teus beijos

Trago no seio a força dos desejos

Foram sonhos apenas e mais nada!

Maria José Fraqueza

sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

OS MEUS QUADROS

Foto tirada na minha Sala de Troféus, junto de um quadro a óleo pintado por mim.
Foto tirada pelo meu grande amigo artista, poeta e professor de filosofia - Jorge Ferro Rosa

SITES A CONSULTAR


Espaços cheio de poesia. Descobrir de quem são?

O quadro em cima é meu

Fuseta, 29 de Dezembro de 2006
Maria José Fraqueza