domingo, 29 de março de 2009

ABRIL POETICO


IDEAIS DE ABRIL


Eu gosto de correr em liberdade...
Quando a primavera entra subtil
Mais longe do bulício da cidade...
Para sentir em pleno o mês de Abril!
Admirar o céu num tom mais anil,
Caminhar pelos campos, livremente
Beber água das fontes, do cantil...
Sentir Abril florir, mais docemente!
As rosas perfumadas ao abrir...
Em carícias perdidas nos confins
E os cravos de Abril sempre a florir...
Desabrocham por todos os jardins!...
E toda a Natureza me domina...
Vibram sons que se perdem nos sentidos
O mais velho moínho na colina...
O pastor... o rebanho e seus latidos!
Abril renovado no meu sentir
Na tela de beleza multicor...
Lindas flores renovam seu sorrir
Dum cravo plantado com amor!
Surge por toda a parte a nova Luz...
Dum Abril que me chega ao coração
Nos ideais dum Cristo sem a Cruz...
Eu quero ver Abril nesta Nação!

A LIBERDADE

Se um dia eu agarrar a liberdade

Vou por aí prender o vento

Cantar vitórias ao relento

À liberdade a renascer…

Se um dia eu agarrar a liberdade

Hei-de deter guerras ferozes

As violências

Os abismos

As falsidades

A mentira

Se um dia eu agarrar a liberdade

Hei-de acender estrelas na minha mão

Sem tempestade de luar

Hei-de colher espigas douradas

Tirar espinhos do roseiral

Hei-de plantar …Sementes de Amigo!

Mas se um dia aprisionar a Liberdade

Irei depor no meu poema

As palavras que não escrevi

Que foram levadas

Foram lançadas

Esquecidas, perdidas

Amordaçadas

Guardadas, mutiladas

Em cofres de silêncio

Se um dia eu agarrar a liberdade

Renascem alvoradas…

E cantarei o meu meu Poema de Paz!

O QUE É A LIBERDADE

O que é a liberdade

Será a ânsia de amar?

Será a ânsia de voar…
De conhecer o infinito?

Será a ansiedade… de lançar este grito?
Será esta vontade…
De correr, saltar, pular…
sem espaços de luar?
O que é a Liberdade?
Soltar leve o pensamento?
Voar nas asas do vento?
Deixar soltar o lamento…
Ou ser apenas Eu?
Será apenas sentir …
dentro de mim o mundo?
Será sonhar em espaço solar?
Será o povo libertar…
das amarras do poder?
Será a ânsia do meu querer?
Liberdade, é tudo e nada…
É ser poeta com mão algemada?
É ser poeta de alma libertada,
Que um dia sonhou vir a Ser!

QUANDO...

Quando os homens chegarem ao Além

Na ânsia desmedida de voar...

Quando na terra não houver ninguém

Quando a miséria se transformar em Bem

Quando eu deixar de ser quem sou

Quando deixar de estar onde estou

Quando o vulcão, tudo desmoronar...

Quando as lavas atacarem de chofre

Quando no interior, há fogo e enxofre...

Quando a Terra tremer...

E rios de fogo derramar...

Quando se acenderem lanternas

Quando a cal os corpos inflamar...

Quando o Homem voltar às cavernas...

Quando os vermes lhe roerem as estranhas

Então o homem descerá p’las montanhas!

Quando o mar galgar a terra...

E o céu apenas nele se espelhar...

Quando no Mundo acabar a guerra

O Sol na Terra, voltará a brilhar!

Quando a miséria acabar...

Quando o Homem destruir a bala e o canhão

Quando acabar a prostituição...

Quando se fizer de cada homem um irmão

Quando acabar a Droga e a Sida...

Quando houver no mundo nova vida

Quando acabar o capricho e a vaidade...

Então o HOMEM... saberá viver em Unidade...

Não mentirá mais! Saberá usar a Liberdade...

Quando... Deus dominar com seu Poder

Então o Homem voltará a Renascer!

QUERO SENTIR A LIBERDADE


Esta ânsia que eu sinto de voar...
Será liberdade? Ou será anseio?
Ou o mundo que quero dilatar?
P’lo qual sinto enorme bloqueio!

Porquê oh! meu Deus!? Há gente sem lar...
Que tamanha dor, eu sinto em meu seio!...
Se o ser humano não souber amar,
Fará da liberdade um tiroteio...

E porquê esta dor tanto me oprime?
Se vivo no mundo entre droga e crime...
Com Cravos de Abril dentro do meu peito!

Nesse dia... chorei! Sonhei ter tudo!
A Liberdade com “pés de veludo”...
Não posso tê-la, num Mundo Imperfeito!

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