sexta-feira, 25 de maio de 2007

DIVAGANDO... POEMAS AO SABOR DA BRISA

OS MEUS POEMAS LIVRES...
Vejo-me no espelho do Luar
Recolho uma imagem de vida
Na reflexão da luz, que se projecta
Para além do infinito espaço...
Dum céu estrelado, sem nuvens de fumaça
Por entre a vidraça
Há um cigarro apagado no cinzeiro
Cinzas mortas...
Tantas fontes iluminadas no meu universo
Vaga-lume da noite...
Encobre-se nos astros
Ocultos do seu ser
E renasce um novo dia
Há um sol a iluminar o meu caminho
Reflecte-se na alma a transformar
Num só verso a essência da verdade!
O destino me conduz
Na rota duma estrela a cintilar
Um barco parado nas águas calmas
Do rio, do mar a linha do horizonte
Me leva na barca de remos dourados
Na ternura rósea dum sol a renascer
Vestida de emoções sentidas
Originais, reais à luz do dia
Os meus castelos de fantasia
As muralhas são reais e a lança é forte
Há essências inflamáveis à luz
De um novo dia que se gerou
O tempo do tempo foi era que passou
Onde às vezes bebo a saudade e a revolta
Debruço-me na varanda do pensamento
Eu tenho asas e vida para viver
Crescer, saltar, pular, cantar
E não me debruço no peitoril da solidão
Os astros iluminam
a minha madrugada adolescente
Eu preciso de vida
Eu quero-a
Eu pinto cenários dentro do peito
Aquele velho moinho parado
Ainda tem ritmo...
E o vento varre-lhe as velas e abre-lhe a alma
E diz-nos: Anda! Vem daí ao meu encontro!
Olha aquela arvore a crescer
Ah! Este rio que corre dentro de mim
E sobe à montanha e ao cais da liberdade
Aspiro da Natureza o néctar da flor, o sabor dos frutos
Eu preciso de vida!
Eu preciso de vida!



FOLHA OUTONAL

Sou folha de Outono
Em bebedeiras de vento
Meu corpo cansado
Dourado p’lo tempo
Descreve mil voos ao cair do arvoredo
No tempo que busco no recanto da vida
No canto floresce
Uma flor renascida ...
Há searas que verdejam
Na infinita lonjura
Dum verde d’esp’rança
As papoulas dançam ao vento
Alvoradas de amor
Surgem nos canteiros das janelas
Estou cativa dum ar que se renova
Dum fumo que não é fumaça
Dum cigarro que não é cigarro
Duma água cristalina transparente
Dum jarro de cristal
Um ar renovado
Dá-me rio de primavera
Num trajecto que me devolve
A paz dum riacho
A calma dum barco navegando
Na linha do horizonte
Duma ave voadora
Que alcança o paraíso terrestre
Na certeza dum trajecto
Num cais de bonança
Há contornos e perfis
P’ralém dos montes
O sol poente deita-se sereno
Em clareiras de esp’rança
Não há nuvens de fumo
Nem a luz mortiça duma candeia
Há corpos enlaçados na sofreguidão
Aparentemente em extase
Uma aguarela de luz
Retoma à vida em bens universais
Em caminhos descritos, na orbita celeste
No espaço sideral...
As nuvens num sorriso
Derramam gotas sobre o teu rosto
E as montanhas de neve libertam-se
Por caminhos e vales desconhecidos
Em ritmos de nova vida
E na luz duma nova estrela que resplandece
Sigo a rota certa
No paradeiro do teu coração que ainda bate
A luz que vem da constelação do amor
A glória manifesta dum novo rumo
Na aurora esfuziante do infinito
Na geometria do pensamento
O mundo é um triângulo
A saúde é um triângulo
Meu pensamento é triângulo
Prisioneira dos limites da alma
Violando a penumbra do meu ser
A delatora da luz dum candeeiro
Põe a nu o meu sentir
Abstraio-me do mundo que me rodeia
Cerro os olhos, sinto a noite profunda
Adormecida, sem ruídos
Na intimidade
Encho-me de estrelas
E penso no mistério da vida!
Imagino palácios de cal
Janelas de cristal
Um ar mais puro na cidade que adormece
E medito...
Quanta transformação neste viveiro
Quedo-me a pensar...
Compreendo o triângulo que imagino
AR – ÁGUA – LUZ
As paredes que unem
As fontes do amor!

AS MINHAS ESTRELAS

Já imaginaste
Um céu sombrio, sem estrelas?
Eu tento agarrá-las, brincar com elas
E pô-las nos teus olhos doces
Na eclipse que cerca o meu mundo
Há anos de luz na dianteira
Há planetas obscuros que se perdem
Talvez para além do infinito exista
O bem que se procura
Talvez a água daquela nuvem escura
Não esteja poluída
Talvez o ar esteja renovado
Talvez a chuva benfazeja faça crescer as plantas
E na escuridão do mundo que os desfaz
No cosmos do universo
Talvez seja eu a estrela que os protege
Talvez que os meus castelos de fantasia
Sejam reais
Há mundos insondáveis paralelos
Neste triângulo universal
Saúde – Vida – Bem-estar

Confiante quero vencer as distâncias
Rasgando o véu da noite
Vencer latitudes e hemisférios
Ter toda a alegria de viver
Com nuvens cor de rosa
Sem paralelo
Para dizer-te: Que o Mundo é belo
Enquanto amanhecer neste ciclo milenar!

E U S O U

Eu sou a partícula
Mais ínfima da matéria
Sem forma definida
Sou semente na terra inculta
Que anseia transformação
Criei meu universo celular
A suscitar mil sonhos
A prever planos
De ventre vazio
Proponho objectivos
Que me devolvam vida
Preencho este espaço
Porque em meu regaço
Vi renascer a Criança
E sinto crescer em mm
A maré... na concha dos meus sonhos
De sementes de amor
Sento-me no banco do jardim
E as flores renascem...
Em anseios de primavera!

Sem comentários: