sábado, 11 de abril de 2009

CANTANDO MAR

EU, O MAR E OS MEUS POEMAS
MAR INFINITO, este mar que me rodeia… a toda a hora me persegue, que me leva a rotas indefinidas, horizontes sem limites, porque a minha poesia é mar, nascida nas ondas, envolta em algas verdes e redes de corais da minha fantasia… e o sonho faz-me percorrer ao sabor das marés, no seu vai-vem continuo, incessante. As ondas ninguém as pode segurar, ninguém as detém… e eu vou com elas, por esse mar infinito, que me abre as portas da alma…
É um Mar Infinito onde navega um veleiro de saudade, que me transporta, que me leva ao encontro dum oceano sem fim… e neste roteiro, não direi que “a minha rua tem o mar ao fundo” mas sim que: no meu berço fui embalada pelas ondas do mar e adormeci ao som das suas cantigas, porque o mar canta p’ra mim a toda a hora”

MAR INFINITO

Ó Mar do meu Amor! Mar Infinito!
Mar dos meus sonhos, lendas, epopeias…
Mar que trago teu sangue em minhas veias
Mar que eu adoro, choro, canto e grito!

És poema que emerge no conflito…
Na magia das ondas e sereias…
És tu meu velho amigo, que me enleias
Nas horas deste sonho em que medito!

E quando as ondas batem no meu peito
Desperta o teu cantar, amor perfeito
Que me arrasta ao sabor da maresia…

E neste horizonte ilimitado…
O mar canta p’ra mim um lindo fado
No roteiro infinito da Poesia!
EU CANTO AO MAR

Eu canto ao mar dos bravos navegadores
Que o Mundo percorreram sem cessar...
Eu louvo esses bravos, sem temores
Que ultrapassaram terras de Além-Mar!

Eu canto aos meus heróis, dou meus louvores
Que venceram ferozes ondas do mar
E ás lágrimas de sal e dissabores...
Eu canto à Virgem-Mãe no seu altar!

Eu canto à minha Santa Padroeira
Que foi doce e fiel, a companheira
De cada rota incerta pelos mares...

Numa onda que reclama mais bravia
Oferto minhas flores de maresia
E louvo Portugal nos seus altares!

A BARCA DOS SONHOS

Além do mar azul...o que haveria?
Interrogava o moço aventureiro...
Seu sonho estava ali... a corpo inteiro
E o seu olhar ansioso percorria...

A barca dos sonhos, construía...
Inventara mil velas no veleiro...
Só tendo mar e céu por companheiro
Um algarvio audaz o mar vencia!

Descobrem novas rotas, continentes
Raças, religiões, bons combatentes
E desfazendo lendas monstruosas...

Abrem portas ao Mundo sem cessar...
Descrevendo um roteiro, p’ra nos dar
Dos espinhos do mar, um mar de rosas!
MEU ALGARVE

Meu Algarve, estarei sempre contigo,
Na saudade, na paz.... e na distância
No castelo dourado, onde me abrigo
Nessas manhãs de oiro da minha infância!

Das açoteias brancas, não consigo
Deixar de ver o mar...na minha estância
A espreguiçar-se nelas, o bom figo
Terra de figueirais em abundância!

Costa de oiro, do meigo mar ao sul...
Beijam-te as musas... vestem-se de azul
Nas ondas que me levas aos confins...

Meu Algarve! Não percas teu segredos!
Tens lindas ilhas, praias e rochedos...
Na beira-mar... os mais belos Jardins
MEU PORTUGAL ETERNO

Tanta foi a tormenta e a vontade,
Dos nobres e valentes marinheiros
Só tendo Céu e Mar, por companheiros
Venceram ondas com heroicidade!

Somente a Fé em Deus na unidade
Nas rotas de mais luz dos mensageiros
Guiados p’las estrelas, seus luzeiros...
E o coração batendo de saudade!

Saudades! Lembranças do seu lar…
Esta alma portuguesa ao regressar
Acalma sua dor por mais sentida...

É que lá longe... firme o pedestal
Ergue-se nosso herói sempre imortal
De Portugal Maior, além da Vida!
RAINHA DO MAR, MINHA COMPANHEIRA

Rainha do mar, minha companheira
És Senhora das Ondas, das marés...
Na terra e no mar, uma vida inteira
Protectora do Mundo, também és!

Do famoso rincão - és Padroeira
A Fuzeta que tem, mar a seus pés
O pescador sente a onda mensageira
Que vem banhar a terra lés-a-lés!

És Senhora das Ondas, por condão
E o homem do mar, por devoção...
Ergueu um pedestal em sua ermida!

E nessa capelinha feita outrora,
Ano após outro ano, ele comemora
A Virgem Salvadora, A Mãe Querida!
A PARTIDA

Partiste para além do mar infindo…
Uma partida é sempre receada,
É como derrubar um mundo lindo
É como naufragar sem ter morada!

É lutar com o mar em desatino
É sentir sua barca destroçada
Aguardar com ânsia seu destino
Ou acordar à luz duma alvorada?!

Mas porque vejo a noite sem estrelas?
Porque me abandonaram todas elas?
Tão negra... na negrura dum açoite!

Não sei como vencer a solidão,
Arco-íris a fulgir no coração…
Que venha iluminar a minha noite!
OS MEUS VERSOS SÃO GAIVOTAS

Os versos que te escrevo são gaivotas
Retalhos d’ alma, tão lindo luar...
Num vai-vem incessante, eternas rotas
Constantes, num sublime regressar!...

Mensageiros de terras mais ignotas
São voláteis, no espaço de voar...
São eternas amantes mais devotas
Tecem segredos à beira do mar!...

Asas brancas, parecendo miragem...
E num céu de pureza, linda imagem
Soltam o mais belo hino, em despedida!

Versos que sinto junto ao coração
São gaivotas em bando, em união
Hão-de sempre trazer... regresso à vida!

A BARCA DOS SONHOS

Além do mar azul...o que haveria?
Interrogava o moço aventureiro...
Seu sonho estava ali... a corpo inteiro
E o seu olhar ansioso percorria...

A barca dos sonhos, construía...
Inventara mil velas no veleiro...
Só tendo mar e céu por companheiro
Um algarvio audaz o mar vencia!

Descobrem novas rotas, continentes
Raças, religiões, bons combatentes
E desfazendo lendas monstruosas...

Abrem portas ao Mundo sem cessar...
Descrevendo um roteiro, p’ra nos dar
Dos espinhos do mar, um mar de rosas!
PORTUGAL, TORRÃO QUERIDO

Portugal, minha pátria conquistada
À custa de homens fortes e valentes
Tu foste sempre heróica e libertada
Entre os cinco mais belos continentes!

Tu foste à beira-mar plantada
Tu vibras, amas, sofres, também sentes
Da história a página mais dourada,
Que por mar nos legou bons combatentes!

Povo navegador, mais altaneiro...
Que percorreu sem medo o mundo inteiro
Roteiros de oceanos, imortal…

Tens padrões, monumentos, castelos...
A lembrar descobrimentos tão belos
Deste Povo que canta Portugal!

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O QUE É A POESIA


Mas o que é a Poesia?

Somente a arte de fazer versos?

Sabemos que não porque a sentimos dentro da alma a moldar os nossos sentimentos mais ínfimos, o estado de alma. A poesia afirma a verdadeira nobreza da alma, daquele que sente o sofrimento alheio, que vibra com as mágoas dos outros homens, de quem assume a defesa duma criança inocente que não tem pão, nem lar, do que ama a Natureza e quer combater a sua poluição, do que luta pela paz do mundo e da abolição das guerras.
Quem tem na alma a sua essência sente o mundo dentro de si, vê com olhos de ver um rio que corre, uma fonte que brota, uma flor que renasce… sente toda a problemática da vida que o rodeia, que marca profundamente o ser humanista, a criança especialmente. Na descoberta da sua sensibilidade, a relação das coisas, o poeta fica depositário de máximas e verdades evidentes a todo o saber, começa por aprender o belo, o autêntico, o verdadeiro e através da expressão recria imagens poéticas que elevam o espírito.
Ensinar poesia às crianças, a nível da terapêutica preventiva dos problemas da sociedade, fará com a sua criatividade se desenvolva sem atrofiamentos do imaginário.
Ensinar poesia às crianças é uma prática benéfica e ilimitada que permite o desenvolvimento da língua, sem que se promovam actividades de recurso no desenvolvimento de potencialidades escondidas. Por isso devemos exercitar a leitura de textos poéticos e dar espaço à sua criatividade.
Quando se faz poesia de criança, porque a criança ao nascer já faz poesia quando sai do ventre materno onde a primeira expressão oral é o choroa lágrima é a maior expressão poética da alma humana

Para mim a poesia tem muito valor e peso desde criança. Nela encontrei o refúgio do pai que não tinha com quatro anos de idade, dizendo ao papel a minha angústia , o meu estado de alma. A poesia exerce sobre nós o efeito dum bálsamo consolador, desenvolve a personalidade, a ânsia de libertação. Poesia é comunicar, não é um acto de emparedar, não é sal esterilizador, mas é adubo. Floresce, germina, mas não nasce me vão…. A poesia nasce para partilhar, é a música da alma, é para ser ouvida, escutada, amparada… Na poesia há muitas vezes um grito sufocado que se enclausura nas gavetas porque a sociedade em que vivemos não escuta a voz dos poetas. Diz-nos a Bíblia que “ninguém acende uma lâmpada para a pôr em lugar escondido, mas em lugar destacado, para que os que entram vejam a claridade. A poesia é luz. Se falar de poesia é difícil, falar de poetas é ainda mais complicado. E para não enclausurar na gaveta os meus poemas termino com …. Dos meus poemas, porque também nos objectivos que norteiam os elos há que escutar a voz dos poetas vindouros para a língua de Camões seja continuada. E não será demais dar voz aos percursores da arte divinal nossa língua – A POESIA